quarta-feira, 10 de agosto de 2011

O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO DE CARUARU

Caruaru, nos últimos 15 anos, vem experimentando um crescimento considerado por todos os analistas econômicos como,¨impressionante¨ e o desempenho vem atraindo empreendimentos locais, regionais e nacionais.
Na verdade a cidade sempre teve vocação de liderança regional, há 130 km da capital, Recife, e com localização privilegiada, entre o litoral e o sertão, a cidade se desenvolveu desde 1857, ano de sua elevação à cidade, com pequenos comércios que se proliferaram a partir da visita dos moradores das cidades e vilas dos arredores, que vinham assistir missa e traziam suas mercadorias para vender e também compravam os produtos de que necessitavam, sempre  em frente à Igreja de Nossa Senhora da Conceição.

Parece que o empreendedorismo estava no sangue e a partir da feira, que funcionava na atual Rua 15 de Novembro, Caruaru foi desabrochando. Depois, em 1895, a cidade teve a chegada do primeiro trem, facilitando assim a logística dos produtos e coincidiu com a chegada da luz elétrica. Assim o município começou a ter a sua economia impulsionada, a chegada da atividade industrial foi uma conseqüência. Como exemplo, temos mais tarde, em 1928, por causa do cultivo do algodão, uma unidade da indústria  Boxwell, empresa inglesa que beneficiava o fio e que chegou a empregar 400 operários. A empresa abastecia fábricas de tecido de todo o Brasil, na década de 40, e exportava para a Inglaterra e conseqüentemente para toda a Europa, assim o nome de Caruaru foi lançado para o mundo. Então nesse rítimo de crescimento e durante as décadas posteriores, se instalaram, armazéns, lojas varejistas, curtumes, fábricas de diversas atividades, colégios, faculdades, livrarias, hospitais, rodoviária, aeroporto, autódromo, estações de rádio e tv, jornais, dentre outras atividades. Assim se configurava o crescimento vindouro.

Depois de várias fases difíceis em que o país passou, chegamos aos últimos anos. A economia se estabilizou e com isso a cidade cresce a um rítimo chinês. Várias áreas e ações se destacam como fundamentais nesse crescimento, dentre elas: a construção civil e a conseqüente verticalização, a ação associativista, que muito contribuiu para esse momento especial, em que a ACIC – Associação Comercial e Empresarial de Caruaru teve papel fundamental, a duplicação da BR 232 que facilita o escoamento dos produtos e o trânsito de profissionais de todos os setores, o aumento do abastecimento d´água, antes escassa, o pólo educacional e médico, dois shoppings e tudo isso confirma o bom momento da Capital do Agreste. A cidade é chamada de Capital do Agreste por ser o maior centro metropolitano do agreste pernambucano.

As principais fontes de renda de Caruaru são os serviços, comércio, um dos maiores do interior do Nordeste; a indústria e o turismo, do qual se destaca o famoso São João e o Alto do Moura, grande núcleo de produção artesanal do Estado, considerado pela UNESCO o "maior Centro de Artes Figurativas das Américas", e a Feira de Caruaru, conhecida como a maior feira livre do mundo, que mantém a sensibilidade da arte do nosso povo pelos trabalhos de cerâmica, madeira, tapeçaria, granito, corda, cana brava, palha de catolé, rendas e bordados. Além disso, é possível encontrar lá frutas e legumes frescos, cereais, carnes, ervas, pássaros, flores, ferro-velho e utensílios domésticos, além de variados produtos, especialmente em dia de Sulanca, na terça-feira, quando por lá chegam a circular mais de 40 mil pessoas. Parafraseando o nosso Onildo Almeida, ¨De tudo que há no mundo tem na feira de Caruaru.¨

Em 15 anos  Caruaru cresceu de 231 mil para 314.912 habitantes, sendo a quarta maior do Estado e a 75º do país, com uma população circulante de 1,5 milhão e com um PIB – Produto Interno Bruto de R$ 1.911.875,00 (últimos dados do IBGE) e renda per capta de R$ 5.650,00.   Junto com o aumento populacional e renda, cresceu também a economia e hoje o município é um dos mais importantes pólos de desenvolvimento do Estado de Pernambuco. É considerada, geograficamente, a cidade centro da região Nordeste. Como está situada no agreste setentrional pernambucano, proporciona, assim, distâncias menores e, conseqüentemente, um melhor escoamento da produção e do comércio em condições estratégicas. Cidade pólo exercendo influência em 40 municípios em um mercado estimado em 1,5 milhão de pessoas, crescimento de 8% ao ano no seu PIB é uma das 25 que mais crescem no país.

Se compararmos as antigas matrizes econômicas da cidade com as novas, vemos que de uma cidade voltada ao comércio varejista, com poucas fábricas, constatamos o crescimento de todos os setores e atualmente, Caruaru tem, de acordo com a FIEPE/UPTEC – Recife, aproximadamente 470 indústrias e 10 mil empresas. O município conta com dois distritos industriais em atividade e um terceiro em fase de implantação. No Distrito 1 funcionam 16 indústrias e no Distrito 2 são 81, ambos com um mix variado. Conta com um importante "pólo" de confecções (denominação dada pelo governo do estado), dispondo de inúmeras pequenas e médias empresas ligadas a este setor econômico, em sua maioria artesanais, além de ser uma cidade-distribuição por possuir excelente localização geográfica. A cidade dispõe também de indústrias farmacêuticas, um extenso setor de serviços médicos e seis instituições de ensino superior(ASCES, FAVIP, FAFICA, UFPE, UPE e IFPE). Vê-se assim que a princesinha do agreste é, indiscutivelmente, a bola da vez, economicamente falando, e reúne todas as condições de concorrer com as maiores e melhores cidades brasileiras, tendo para isso, apenas, que reestruturar o seu plano diretor, a fim de manter um crescimento sustentável.
   
Com esse boom houve o fenômeno, que chamo de ¨volta prá casa¨, filhos de Caruaru, que saíram daqui para estudar e que estavam instalados em outras cidades brasileiras e até no exterior, voltaram para aproveitar as oportunidades aqui surgidas e contribuir para o desenvolvimento da região. Que sejam bem vindos esses e outros filhos adotados, porque a cidade é um caldeirão e esse caldeirão promete ferver e aumentar o seu caldo nas próximas décadas.

Por Wagner Andrade

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