quarta-feira, 16 de março de 2011

ARTIGO DA SEMANA - EMPREGADO OU EMPREENDEDOR

EMPREGADO OU EMPREENDEDOR

       Começo de ano, novas perspectivas, esperanças aflorando, planos de ganhar dinheiro se multiplicam e entra-se o ano com novo fôlego, será que todos serão atendidos em seus desejos com o nível de pensamento atual?
        Li em um artigo na revista Época que a maioria dos desempregados do mundo eram jovens na faixa dos 18 aos 30 anos de idade, o mais interessante é que essas estatísticas ocorrem no mundo inteiro e não só no Brasil. O motivo? Não existem tantos empregos para atender as pretensões dos jovens que se formam todos os anos. O que fazer? Alguns dirão que a saída, aqui no Brasil, é o emprego público, mas será que temos tantas vagas assim? Claro que não. Lembrei então de uma historinha que conto sempre que dou meus cursos e aulas, principalmente quando falo em profissionalismo e empreendedorismo, conto que quando uma criança ou adolescente pede dinheiro aos seus pais, nos EUA, eles dão para que o filho multiplique o capital e aconselham, “pegue o dinheiro e compre limões, açúcar, jarra, pegue uma banqueta em casa e comece a vender refresco de limão e me traga o dobro do dinheiro que levou”, assim ensina-lhes como vender e como multiplicar o capital investido no "negócio".
         Na minha geração, aqui no Brasil, os nossos pais sempre insistiram para que fizéssemos concursos públicos, quer dizer, para que arrumássemos outro tutor para sustentar as nossas vidas, na minha família, por exemplo, cansei de ouvir: "MEU FILHO FAÇA CONCURSO PARA ISSO OU AQUILO PARA TER ESTABILIDADE", esse é um pensamento latino paternalista, baseado na tradição religiosa que diz que não devemos pensar em lucros e que precisamos estar sempre na sombra de algo ou de alguém, isso não ajuda o país a crescer e atrofia a capacidade dos jovens em empreender, que vai ficando na casa dos pais até passar num concurso ou herdar a pensão dos mesmos.
           Mas o que devemos fazer? Todos os países desenvolvidos têm uma característica comum que é o empreendedorismo, as crianças são ensinadas a vender, lucrar, poupar e reinvestir o capital. Precisamos começar a educar os nossos filhos para saber gerar riquezas através do empreendedorismo. Mas não ensinamos a empreender, quer tirar a prova disso? Pergunte a um jovem estudante universitário o que ele vai fazer quando terminar os estudos, com certeza, noventa por cento  deles, vai lhe responder que quer fazer concurso e ter uma vida estável. Mas de quê estabilidade estamos falando, até quando o Estado vai prover a sua vida?
         Quando explico tudo isso, como exemplo, uso aquele questionamento e defino na seqüência: que tipo de profissional você quer ser? Porque o sucesso não acontece por acaso, não é vibrando positivamente e sem trabalhar da forma correta, que você vai ganhar dinheiro ou se destacar profissionalmente. Pergunto aos meus alunos: vocês querem ser um profissional corda, serrote ou escada?  Defino que o profissional corda é aquele que sempre pensa na estabilidade e quando a alcança se acomoda, deita em seu berço esplêndido e com um determinado tempo morre de tédio, não contribui para o progresso coletivo, pensa apenas na sua vidinha estável, o profissional serrote é aquele que vai e vem nas suas opções, sobe e desse na vida, aceita e desiste e nunca define o que quer fazer ou ser. Já o escada, é aquele que sempre sobe um degrau na sua evolução pessoal e profissional, estuda se esforça, contribui para evolução de seu país e da sociedade, cria novas fontes de renda e progride aumentando as possibilidades de sucesso dos que vivem ao seu redor.
         Nossos jovens precisam urgentemente pensar em empreender, contribuir e empregar, pois será a nossa única saída quando acabar a farra e a mamata do empreguismo. Façam do ano de 2011 um ano de empreendedorismo.



Wagner Andrade
Consultor e Professor Universitário

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